Empresários avaliam que redução de tributos
na terifa de energia vai ajudar a diminuir o chamado custo Brasil e
alavancar o setor
O anúncio da presidenta Dilma Rousseff sobre a redução de 28% na tarifa
de energia para indústrias e 16,2% para consumidores residenciais, feito
na última quinta-feira (6), é um passo em direção à diminuição do custo
Brasil – conjunto de fatores que encarecem o investimento no país – e
ao aumento da competitividade. A avaliação é de entidades
representativas da indústria, que divulgaram notas repercutindo a
decisão.
A Associação Brasileira de Grandes Consumidores
Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) avaliou que a
medida tem importância “histórica” e que, com ela, “o Brasil deixa o
topo do ranking das energias mais caras do mundo”. O presidente da
associação, Paulo Pedrosa, disse que a iniciativa deve impulsionar a
recuperação da indústria, setor que tem apresentado desempenho fraco em
função da crise econômica.
“A gente avalia que (a redução de
custo) vai reposicionar a economia brasileira em um patamar de
crescimento de 5% a 8% acima do atual até 2020. A energia tem um peso
muito importante, é a base das cadeias produtivas nacionais”, declarou,
citando como exemplo as indústrias de cloro e soda e de alumínio, nas
quais, diz, o consumo energético corresponde, respectivamente, a 70% e
40% dos gastos.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp) diz que a energia “é um dos mais importantes componentes do
custo Brasil”. A entidade aprovou a redução, mas pede que o governo
realize os leilões das concessões do setor elétrico, que vencem a partir
de 2015, “a fim de garantir que o país possa usufruir as vantagens de
poder produzir energia de forma mais barata (…), nas hidrelétricas”.
A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que a energia é um dos
principais insumos da indústria e a redução da tarifa ajudará a
aumentar a competitividade do setor. “A decisão do governo vai alterar a
estrutura de custos das empresas e pode fazer com que a energia volte a
ser uma vantagem competitiva no setor produtivo.”
Os detalhes da
redução da tarifa de energia serão divulgados na próxima terça-feira
(11), em evento no Palácio do Planalto. A queda no preço deve passar
pela diminuição ou extinção de alguns dos dez encargos setoriais
cobrados atualmente, que representam cerca de 10% do custo. Na mesma
ocasião, o governo também deve anunciar a renovação das concessões do
setor elétrico.
http://www.diariodepernambuco.com.br
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