quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Site de loja que mandou cliente "procurar um macho" volta ao ar





Página da loja virtual da Visou na inertent/Foto: reprodução da internet/uai.com.br (reprodução da internet/uai.com.br)Alvo de polêmicas nas redes sociais por xingar uma cliente com palavras de baixo calão, a loja virtual de roupas e acessórios Visou voltou ao ar na tarde desta quarta-feira. Ontem, os responsáveis pelo site excluíram sua própria fan page no Facebook www.facebook.com/lojavisou, que até então tinha 15 mil curtidores. Após a retirada da página da rede social, surgiram homônimas criadas por internautas sem relação com os responsáveis pela loja, com o intuito de caçoar da situação. Em alusão a um recente boom da internet, umas das páginas foi intitulada "Visou indelicada".

O caso ganhou repercussão depois que as ofensas do funcionário à cliente, pelo Facebook, começaram a ser reproduzidas na internet. Ao questionar a demora na entrega de um anel comprado há cerca de dois meses e ainda não recebido, a jornalista Nina Gazire, foi chamada de "mimada" e de "comunistazinha de m*". O funcionário da Visou ainda mandou a jornalista "procurar um macho".

Não bastassem as ofensas e os impactos negativos para a loja, a Visou teve que enfrentar mais uma lambança. Isso porque a retratação pública feita pelo funcionário também assinada em nome do próprio site e publicada na internet foi copiada de outro jornal. No documento, a loja afirma que efetuou o estorno do pagamento, alegando que a cliente fez a compra em julho e não no início do ano, como ela disse em seu perfil da rede social.

A página da Visou no Facebook foi criada em 2012 e aponta os cariocas Tatyele Lopes, Richard Ferrari e Natasha Souto como donos. Procurados pelo em.com.br, os proprietários da Visou não foram encontrados. Por telefone, um homem, que se identificou como como Thyago Vitoriano Souto e afirmou ser irmão de Natasha, disse que todos os pedidos de compras são rigorosamente entregues. “Se houve algum problema foi com os Correios”, disse. O homem contou ainda que a irmã não se encontrava e que, se estivesse, seria a primeira a querer se defender.

Em uma carta enviada a Nina Gazire e publicada pela cliente em seu perfil no Facebook, Natasha Souto explicou que ela e o sócio Richard Ferrari estiveram distantes do negócio "por conta de mudanças estruturais" no estoque, motivo pelo qual haviam instruído um funcionário a responder as mensagens da fan page da empresa, mas não contavam com o "despreparo do rapaz". Natasha também afirmou que o funcionário foi demitido.

Na Justiça
Também por meio das redes sociais, a jornalista Nina Gazire disse que pretende acionar o Procon e processar a loja pelas ofensas cometidas virtualmente. Para o presidente da Comissão de Informática e de Direitos Eletrônicos e Crimes Eletrônicos, Luís Felipe Silva Freire, há grande possibilidade de condenação para o funcionário e a empresa.

Segundo o advogado, o consumidor que se sentir lesado deve procurar seus direitos na esfera cível e penal. Luís Felipe explicou que, nesses casos, a indenização por danos morais, arbitrada pelo juiz, varia de R$ 5 mil a R$ 80 mil. “Mas isso vai depender das provas, das testemunhas, por isso é importante o consumidor lembrar de guardar todos os comprovantes, recibos e se possível, dar um 'print na página'”, ressalta.

Já na esfera penal, a empresa e o funcionário podem vir a responder por calúnia e injúria. Nesses casos, as penas variam de 1 a 6 meses de prisão ou multa. “Vale lembrar também que, caso a empresa não cumpra o prazo estipulado, o cliente pode rescindir o contrato e solicitar a devolução do dinheiro, inclusive com acréscimo de juros e correção monetária”, conclui.

 http://www.diariodepernambuco.com.br

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