A
brasileira de 20 anos que está leiloando a virgindade na internet
comemora o aumento no valor dos lances, que já chegam a R$ 130 mil (US$
65 mil). "Fico feliz, porque isso é uma aventura para mim. Decidi
embarcar nessa aventura e vou ver no que dá, mas estou em paz", afirma
Catarina, que deu o primeiro beijo aos 17 anos de idade. "Todo mundo já
tinha beijado e eu não. Fui crescendo, amadurecendo e ainda espero
encontrar uma pessoa que me ame incondicionalmente. Isso é só um negócio
pra mim", diz.
A estudante de Educação Física decidiu se candidatar à vaga para
participar de um documentário, idealizado pelo diretor australiano
Justin Sisely, há dois anos. Com a ajuda do irmão e de uma câmera
caseira, ela preparou o vídeo que encaminhou para a empresa produtora
Thomas William Productions. Selecionada para o projeto, Catarina mudou o
estilo de vida, com o apoio da família. "Minha mãe é minha melhor
amiga, porque ela sempre conversou muito comigo. Ela dá a opinião dela,
mas me dá liberdade para tomar minhas próprias decisões", afirma.
Entre as motivações para participar do projeto, ela cita a experiência
de conhecer novos lugares e pessoas, atuar em um filme e ganhar por
isso. "No Brasil, os valores estão trocados: uma pessoa inescrupulosa
com dinheiro tem mais valor do que alguém honesto, mas sem recursos
materiais", avalia. Além dos R$ 42 mil que recebeu na assinatura do
contrato, Catarina vai ficar com todo o dinheiro do lance vencedor, além
de 10% dos lucros de publicidade.
Amante de piano, literatura e filosofia, ela cita o filósofo americano
Henry David Thoreau para responder as críticas que está recebendo pela
decisão de vender a virgindade: "A opinião pública é uma tirana débil se
comparada à opinião que temos de nós mesmos." E ela garante que tem a
consciência tranquila. "Sou responsável por mim e pelo meu corpo. Essas
pessoas que me condenam deveriam se preocupar em ajudar aqueles que
estão passando fome ou precisando de algum apoio", respondeu a garota
que foi batizada e crismada na Igreja Católica, mas que não acredita em
religião. "Acredito em Deus e em uma força maior, e tenho certeza que
Deus ficaria mais feliz se nos amássemos uns aos outros."
A primeira experiência sexual de Catarina deve acontecer 10 dias após o
fim do leilão, que encerra dia 15 de outubro, em local ainda
indeterminado. Quanto ao parceiro desconhecido, a brasileira é enfática:
"Não estou preocupada com isso. Como é um negócio, não tenho problema.
Em um negócio, não se escolhe comprador." Mas ela garante que não vai
continuar no negócio após perder a virgindade. "Por eu estar fazendo
isso uma vez, não configura prostituição para mim", defende.
Neste momento, as filmagens estão sendo feitas na Indonésia porque
trocar sexo por dinheiro configura prostituição de acordo com as leis
australianas. Advogados da empresa produtora ainda estão trabalhando na
solução das pendências legais, para que o filme possa ser concluído na
Austrália. Encerrado o projeto, Catarina tem planos de cursar faculdade
de medicina na Argentina, antes de voltar ao Brasil. "A saúde no nosso
País está tão difícil que eu quero fazer medicina preventiva para
ajudar."
http://www.pbagora.com.br
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