Nestes tempos em que o marketing define nossas vidas, ser candidato a um
cargo público é mais ou menos como vender um produto. O bom candidato
precisa fazer com que o eleitor realmente acredite nele: em sua imagem,
em seu discurso e, também, em seu nome. Maria Raimunda Soares Alcantara
sabe bem disso. Aos 52 anos, solteira, ela adotou um nome mais simpático
para tentar ser vereadora em Cachoeira do Arari, no Pará. Candidata
pelo Partido Trabalhista Cristão, ela é a Maria Gostosa.
Por
sorte, nenhum dos nove Pirocas destas eleições mora perto de Maria
Gostosa. Sim, há nove Pirocas na campanha, muitos orgulhosos dos
sobrenomes herdados. Só que em Pontalina (GO) há um postulante a
vereador cujo nome é Sebastião José Amador. Tião, como a gente espera
que ele seja chamado pelos parentes, achou seu nome sem graça. Adotou,
então, um apelido. Ele é simplesmente o Piroca.
Mas poderia ser
pior. Sempre pode ser. Uma candidata a vereadora em Santa Maria de
Jetibá (ES) assina Rola Italiana. A gente torce para que ela nunca
explique a origem do “italiana”. Aliás, o site de dados Eleições 2012
lista cinco candidatos que usam o nome Rolla e 17, Rola, incluindo as
variantes Róla e Rôla e Vandão do Rala e Rola. Fora Pau Doce, Marcio do
Pau Preto e Pau Vestido. "Eu não fumo, mas também não podemos
discriminar quem fuma"
Em seus vídeos de campanha, o candidato a
vereador no Rio pelo PSDB Miguel Fernández y Fernández apela para uma
tática arriscada. Ele aparece numa mesa de bar, num ambiente fechado,
tomando uma cervejinha ao lado de amigos fumantes. E ainda diz: “Temos
que acabar com essa história do politicamente correto”. Hein?
Crise de identidade heroica
Em
Piracicaba (SP), um candidato a vereador do PP tem se apoiado na imagem
de um conhecido super-herói. Ele é chamado Geraldo Wolverine. O nome já
é um tanto bizarro, mas é sempre possível que o sujeito tenha sido um
grande nerd na escola e tenha ficado conhecido em Piracicaba pelo
apelido de infância. Mas Geraldo achou que o nome não era suficiente.
Ele deixou as costeletas crescerem, cortou o cabelo como o herói e ainda
fica dando gritos raivosos. Só que há um problema de crise de
identidade nisso. Num de seus vídeos que está na web, ele diz: “Quem
poderá nos defender?” Geraldo, amigão, o Chapolin Colorado não é
exatamente um tipo que passa confiança para o eleitorado.
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